Wednesday, April 02, 2008

"O que os olhos não vêem, o coração não sente"

As mentiras que temes dizer, tenho eu de inventar por nós. Assim como o “andar em frente” que tanto desejas tenho de ser eu a realizar, sozinha.

Não entendo, de facto não entendo muita coisa que dizes e fazes ou pensas fazer. Mas neste momento era essencial que saísses desse mundo e regressasses à terra dos adultos, onde os sonhos não têm significado e os pesadelos se tornam bem reais. Mas ainda não o fizeste. Fa-lo-ás? Quando for demasiado tarde?


A culpa não foi minha. Podes gritá-lo e posso pensá-lo, mas sei que não foi. Foram precisos dois para amar assim. São precisos dois para destruir esse amor.


Compreendo, compreendo sim a confusão que deve estar na tua cabeça. Mas e a minha? Já paraste, por instantes, de pensar do mesmo modo? Entendes por ventura o tamanho daquilo que se está a passar connosco agora?


Ser grande, ser maior, ter cabeça e força e vencer! E o coração? Tu não sabes o que é sentir, saber a sua presença e amar. Amar o que sabes não puder ter... Não puder ter por capricho. Sim, por capricho! Realmente acreditas que não éramos capazes? Eu sei que sim. E ser adulto é ser isso também. É arcar com as consequências, dar uma volta na vida se necessário. Conseguir dar aos outros mais do que damos a nós. Mas isso já é ser humano também. E é aí que falhas. Tanto te quiseste distanciar que o fizeste demais.


Define, tu que te julgas bom nisso, define o que estás a ser! Olha-te ao espelho todos os dias e procura nos teus olhos o que queres fazer. Falo-e-mos?


Coloco perguntas mas não procuro essas respostas. Sei que não existem para esta história. Sempre vivemos dia a dia e nunca mantivemos a mesma rota. Impossível para ti. Impossível para mim. Nunca fomos bons a ler mapas e a desenhar caminhos. Mas fomos bons juntos. E é por isso que acredito. As respostas que procuro são outras. Aquelas que também temes responder.


Acredito que tudo tem um jeito de ser na vida. Vários caminhos. Caminhos de vários indivíduos que se cruzam com diferentes propósitos. Que acabam por, algumas vezes, partilhar. Não achas que esta pode ser uma luz de alerta ao que está a acontecer? Não. Não é de todo isso que pensas! Achas mesmo que ia cair no mesmo erro pela 3ª vez? Não que tenha sido sempre um erro... Mas muita coisa foi. E isso é outra lengalenga que agora nada me faz, a não ser cansar. Luz para nós que procuramos caminhos. Não será que estão já aqui comigo?


Pensar e agir. Não agir e pensar. Preocupa-me a tua cegueira. Não te permites ver o agora por muito importante que ele seja. Por muito agora que te esteja à frente. Vai ser pior depois para ti. Não sei se já o não estará a ser.


Os dramas, os dramas que me julgas ver a desenhar. Admito que tenham sido alguns. Mas nunca errados, nunca inventados, apenas exacerbados pelo comichoso do meu coração. Mas agora não é o caso! Sabe-lo bem, não sabes?


Não, sim admito. Não tenho respostas. Tenho um plano. O mais fácil. O mais pequeno. Aquilo que nos permite passar e esquecer. Aquilo que nos fará chorar durante meses... (talvez mais tarde novamente quando recordar magoar) Mas que não nos fará enlouquecer para sempre. Nem amar para sempre... Sim eu imagino. Deixá-lo vir e amá-lo e dar-lhe tudo o que temos. Planos? Que importam eles comparados a isso?


Dói, magoa, aflige tanto que sufoca. Mas no fim o que é pior?

Liberdade? Ou vida? Optaremos por um, mas nunca saberemos


No comments: