
Friday, December 22, 2006
Voltas...

Aparência...
Saturday, December 02, 2006
Uns e Outros...

Friday, November 24, 2006
Depois da tempestade...
Thursday, November 23, 2006
Distância...

Então vai!!
Vai e leva tudo o que deixaste!
Vai, mas deixa-me a mim!
Sunday, November 12, 2006
Antagonismos de mim própria...

Penso em todos os momentos em que nunca nos amámos...
Dias, tardes e noites em que não dissemos "meu amor"
Olhares profundos e cúmplices que nunca existiram...
O enlaçe de duas mãos tão diferentes,... que nunca se juntáram...
Penso assim no "nós" que nunca foi nosso,
E penso também nas conversas intermináveis que nunca tivemos
Os medos e os fantasmas que não ultrapassámos juntos
Mas principalmente penso que nunca te beijei...
É neste momento que me apercebo que não te amo!
Que aliás nunca o fiz!
Apercebo-me também que seria impossível dividir uma vida contigo!
Sorrir ou ser feliz sempre que estou a teu lado...
Entendo então que nunca fizeste amor comigo...
Desde que da tua boca já nenhuma palavra sai,
Já nem o "amo-te"... aqueles que nunca dissémos, lembras-te?
Lembro-me também que nunca sonhámos com isso!...
Consigo concluir tudo isto sem dúvidas nenhumas!
Para mim está bem claro o que se passa connosco...
Eu sou tu e ando perdida...
Tu és eu e não aprendes a viver a vida!...
É o mesmo que dizer que te odeio... e responderes-me com um "ah... não gosto mais ou menos de ti!"!
Mas é normal sentir sem saber o que pensar...
Isto sim é negar um grande amor!
Mas negar para quê?
Sabe tão bem não ter medo daquilo que sinto!!!...
Sunday, November 05, 2006
Sonhos...

Saturday, October 21, 2006
E a vida continua...

Saturday, September 30, 2006
Para ti...
Thursday, September 28, 2006
Pensamento do dia...

Saturday, September 23, 2006
Cântico Negro...

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
José Régio =)
Tuesday, September 12, 2006
A Caixinha das Memórias...

Não sei se é frio ou calor aquilo que sinto agora...
Não sei se foi amor ou ódio o que senti quando te foste embora...
A verdade é que no meu coração nada mudou...
Apesar de saber que tudo está diferente nada mudou...
Falo comigo própria e descubro que és tu quem me falta...
Mas o que aconteceu afinal?
Não é da noite para o dia que os sentimentos se transformam
Não é da noite para o dia que as pessoas se transformam
Ou será?
Sinto-me estranha e estranho o mundo
Afinal agora estou sem ti...
Com quem falarei agora?
Com quem chorarei agora?
Com quem sairei agora?
Com quem discutirei agora?
Com quem amarei agora?
Com quem sangrarei agora?
Simplesmente não sei...
Terei de começar tudo de novo...
Mas quem me dará força?
Tenho tantas memórias nossas na minha cabeça
Tantos momentos que para mim serão inesqueciveis
Tantos sentimentos por ti presos no meu coração
Pergunto-me se um dia consegurei amar tanto outro alguém
Pergunto-te se um dia encontrarás alguém que te ame tanto como eu
Mas não procuras isso agora não é?!
Queres para ti as assas da liberdade
Procuras a vida fora de muros que não consigo saltar
Depois de tudo... continuo com uma dor de morte por ti
Mas não foste tu que morreste... fui eu
Tento escrever com lógica mas sei que já não a tenho
Assim como tento viver e não consigo
Deixa-te estar... tu estás bem aqui!!
Sou eu que tenho de partir... com a minha "caixinha das memórias"
Sempre que a abrir o teu perfume voltará a espalhar-se
E voltarei a recordar aquele que és e o quanto te amei!
Monday, July 24, 2006
Uma flor que era a minha vida...

Falta uma flor no meu jardim
Uma flor que amei
Que amei e cuidei o melhor que pude
Uma flor cheirosa
Que todos os dias tentava regar com amor
Uma flor que era a mais bela de todas as flores
Uma flor que um dia não encontrei no meu jardim
Uma flor a quem dedicaria a vida até ao fim se pudesse
Uma flor que era a minha vida…
Espinhos… malditos sejam
Estragaram a minha flor…
Falta uma flor no meu jardim
Uma flor que ainda amo
Que fugiu porque o que tinha não era suficiente
Uma flor agora realizada
Tem agora o que deseja
A minha flor ganhou asas e voou
Não precisa de adubo, água, sol ou amor
Apenas de si
Flor… todas as noites rezarei por ti
A cada estrela pedirei a tua felicidade
Mas não me podes pedir que deixe de te amar…
Cresceste comigo, bebeste da minha vida,
Deste-me em troca o teu amor
Falta uma flor no meu jardim
Uma flor que ganhou asas e voou
Uma flor que me deu raízes para sempre para a puder ver voar!
Livro de Horas...

Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão em leme da nau
Nesta deriva em que vou.
Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.
Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas
E das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.
Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.
Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.
Me confesso de ser Homem.
De ser o anjo caído
Do tal céu que Deus governa;
De ser o monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!