Tuesday, May 06, 2008

Simples... tão simples


Pegaste na minha mão gelada e encostaste-a contra o peito. “Sente” disseste tão baixo que me pareceu sonhá-lo. “Bate por ti” E aquele compasso formou a mais bela de todas as músicas. Deixei-me embalar, respirar contigo. Quando as lágrimas me fugiram dos olhos, foste tu que as apanhaste com os lábios, quentes, tão quentes... Dormente, era assim que me pensava. Pesava-me a dor no peito. O medo do errado que fazíamos. O medo de errar novamente. “Abraça-me” pedi-te eu. E nem passado um momento, estava envolvida por ti. Em ti. “Tenho medo de o dizer” “Não digas. É cedo” Aquele pequeno espaço era o nosso reino. Podíamos ser tudo ali dentro. “Não consigo” A tua mão largou a minha que caiu, sozinha. “Tens razão, não devemos” Queimaste-me. Queimaste-me. Os teus olhos fixos nos meus. Fogo. Nem um som. Nem um movimento. Todas as dúvidas a escalar o pensamento. Silêncio. A tua mão, a tua mão. Na minha direcção. A tua mão. Queimaste-me. Os teus dedos a entrelaçarem-se no meu cabelo. A brincarem com cada centímetro. Fogo. “Cheira-me” secretamente pedi-te eu. E aproximaste-te, devagar, como se o tempo não existisse. Como se aquele espaço existisse para sempre. Beijaste-me, doce, levemente. Senti-te a caminhar, a tua boca no meu cabelo, a minha orelha na tua boca, os teus lábios nos meus olhos... Arrepio. Frio. Quente. Quente e frio. Medo. “Não...” A tua boca na minha boca. O mais doce dos beijos. O mais venenoso de todos. A tua língua na minha boca. Os teus lábios nos meus lábios. Trinquei-te. Mordeste. “És tu” pensei. As tuas mãos. As tuas mãos no meu corpo. Frio, quente. Recordação dorida. Amor ausente, paixão presente. Os meus dedos cravados em ti. Quente. Tão quente. Deixei-me dançar, respirar contigo. E aquele compasso formou a mais bela de todas as músicas “Amo-te” “E eu a ti” Quando as lágrimas me fugiram dos olhos, foste tu que as apanhaste com os lábios, quentes, tão quentes... Meu amor presente.

No comments: