
É ao voar nesta casa desabitada que me encontro
Aqui junto do fogo apagado aqueço o que gelou
Alimento a mágoa, mato o amor (ou será ao contrário?)
Tento viver sem luz…
Sinto lá fora os movimentos do mundo
Observo cada voo, cada suspiro
Estarei perto de me encontrar?
Já o estive uma vez…
Tão, tão perto que quase me dei
Tão perto que se tornou fácil de mais destruir-me
Tão perto que tudo ficou longe
Agora tudo gela quando passo
A vida, o amor, a verdade
Sou veneno para o mundo
A culpa de existir cai todos os dias sobre mim
Mas quem sou?
Culpada porquê?
Sou a morta… o não-amor… a mentira…